Produtores de Queijo Minas Legal Ganham Reconhecimento em Concursos

Produtores de Queijo Minas Legal Ganham Reconhecimento em Concursos

O projeto do Procon-MG, em parceria com o governo de Minas, garante um produto de qualidade para o consumidor e ajuda a desenvolver a cadeia produtiva dos queijos artesanais

Na família da Maria Lucilha, de São Roque de Minas, a história com o queijo já atravessa cinco gerações. Ainda criança, ela ajudava os pais e avós nas etapas da produção artesanal. Por falta de recursos, a família precisou interromper a atividade. Em 2012, Lucilha resolveu resgatar a tradição e retomou o processo. “Começamos com o que tínhamos em mãos na época — algumas vacas, duas filhas e um sonho de produzir queijo de qualidade com valor agregado”, conta. De lá para cá, foram muitos desafios e alguns bons encontros que ajudaram a alavancar a produção. No ano passado, Lucilha conheceu a Emater e teve acesso ao projeto Queijo Minas Legal. Em menos de um mês, a produção da queijaria Pingo de Amor passou de 15 para 50 peças por dia. Lucilha saiu da clandestinidade, regularizou a queijaria e conquistou o selo SIM (Serviço de Inspeção Municipal). Todo investimento e trabalho rendeu prêmios. O queijo fabricado aos pés da Serra da Canastra levou ouro no 3º Mundial do Queijo do Brasil 2024, em São Paulo, além de dois ouros e duas pratas no prêmio Queijo Brasil deste ano, em Santa Catarina. “Hoje só eu estou cuidando da queijaria, trabalhando com o melhor leite vindo do curral, diminuindo perdas e agregando sabor e valor”, comemora.

A queijaria Pingo de Amor é uma das 17 beneficiadas pelo projeto Queijo Minas Legal que receberam premiações em concursos. Os avanços do projeto foram apresentados durante uma reunião no Procon-MG, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O número de queijarias regularizadas saltou de 21 em abril para 78 em agosto.

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“Esse é um projeto muito importante, que traz os produtores para a formalidade. Ao se regularizarem, eles encontram um ambiente muito mais adequado para se desenvolverem, com novas oportunidades. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, Emater, Epamig e IMA, também está modernizando a legislação dos queijos artesanais para atrair mais produtores para a atividade, gerando emprego e renda no campo”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes.

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Vera Lúcia, de Ritápolis, também faz parte dessa história. A produção de queijo é uma tradição das mulheres de sua família, iniciada por sua avó Mariazinha. O legado familiar ganhou força com o apoio do projeto Queijo Minas Legal. Neste ano, Vera conquistou o 3º lugar no 2º Concurso Regional do Queijo Minas Artesanal do Campo das Vertentes. “O Queijo Seu Jorge surgiu a partir do desejo da minha sobrinha Gabriela. Ela herdou o talento de minha avó Mariazinha, que fazia queijos muito apreciados. Gabriela começou a pesquisar sobre o assunto e matriculou-se em alguns cursos. Hoje, somos muito gratas a todos os funcionários que prestam um trabalho relevante de qualidade e eficiência”, afirma Vera.

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O projeto Queijo Minas Legal foi lançado em 2022 com o objetivo de auxiliar pequenos produtores a expandir sua atuação no mercado consumidor por meio da regularização de queijarias. A iniciativa é uma parceria entre o Governo do Estado, via Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais (Procon-MG/MPMG) e o Fundo Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor (FEPDC).

O projeto pode ganhar mais um parceiro importante. Durante a reunião no Procon-MG, representantes do Sebrae apresentaram uma proposta para oferecer linhas de crédito específicas e capacitação em gestão para os produtores rurais.

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Na próxima etapa do projeto, estão previstas a capacitação de técnicos e fiscais, a elaboração e distribuição de materiais de divulgação sobre o universo do queijo, a estruturação de um laboratório de pesquisa em queijos artesanais, a realização de análises laboratoriais em água e queijo, a compra de equipamentos e a aquisição de “kits queijaria” para as visitas de assistência técnica.

Ao final de 2024, espera-se que, por meio do projeto, mais de 200 produtores estejam regularizados, representando um aumento de mais de 100% no número de queijarias legalizadas no estado de Minas Gerais. “A regularização das queijarias promove desenvolvimento econômico e social, valorização do nosso patrimônio cultural e garante um alimento saboroso e seguro na mesa do consumidor”, conclui o coordenador do Procon-MG e promotor de Justiça, Glauber Tatagiba.