PBH simplifica acesso de escolas a alimentos produzidos por agricultores urbanos
O Projeto Agroecologia nas Escolas marca o fortalecimento da conexão entre as unidades produtivas da cidade e as de ensino
As secretarias de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania e de Educação assinaram, nesta terça-feira (17), portaria conjunta com o objetivo de favorecer a aquisição de alimentos para utilização no preparo da alimentação escolar diretamente de unidades produtivas. O Projeto Agroecologia nas Escolas marca o fortalecimento da conexão entre as unidades produtivas da cidade e as de ensino.
A partir da publicação da portaria conjunta, os Caixas Escolares vão realizar as compras de alimentos perecíveis, como folhosas e temperos, de hortas comunitárias. A parceria fortalece a agricultura urbana local, garantindo a geração de renda e o acesso a alimentos agroecológicos pelos alunos da rede municipal. Anualmente, apenas para a aquisição de alimentos perecíveis são gastos cerca de R$ 4 milhões pelo poder público municipal. Até o lançamento do projeto, a rede municipal fazia as compras em estabelecimentos comerciais de grandes redes.
O planejamento e aquisição dos alimentos não perecíveis, como arroz, feijão, açúcar e café e de hortifruti e carnes, continua sendo realizado pela Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional. São mais de 82 milhões de refeições servidas por ano aos mais de 180 mil estudantes da Rede Municipal de Educação.
O projeto Agroecologia nas Escolas prevê, além de orientações para a compra, visitas de estudantes aos espaços onde os itens alimentares são produzidos, reforçando o incentivo à educação alimentar, ambiental e à agroecologia. Esse vínculo proporciona benefícios em diversos aspectos do crescimento físico, mental e social, gerando um maior senso de responsabilidade ecológica e estimulando escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.
A subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional explica a importância do projeto. “O Agroecologia nas Escolas dá mais um passo em direção à autonomia das agricultoras e dos agricultores das unidades produtivas de Belo Horizonte. Pensar esses espaços como empreendimentos de negócios verdes é estratégico e importante, pois além da melhoria da alimentação das famílias, a prática da agricultura urbana contribui também para a geração de renda”, disse.
A diretora de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, do governo federal, Patrícia Gentil, esteve presente no evento e comentou a referência em âmbito nacional. “Belo Horizonte nesse novo projeto traz não só a agricultura urbana a serviço do combate à fome, da promoção da segurança alimentar e nutricional, mas toda a essência da agricultura urbana, que é a promoção da saúde, que é promover a educação alimentar e nutricional, que é trazer também uma dimensão importante hoje no nosso cotidiano que é a questão ambiental da cidade, de tornar as cidades mais resilientes às emergências climáticas”, afirmou.
Unidades produtivas
O município de Belo Horizonte não possui área rural, portanto toda a produção de alimentos é feita em espaços urbanos. Atualmente, são 56 unidades produtivas coletivas ou comunitárias, com aproximadamente 400 agricultores e agricultoras urbanas envolvidos. São espaços de cultivo que têm o objetivo de promover a produção de alimentos saudáveis, a geração de renda e o desenvolvimento local sustentável. Essas unidades contribuem para a segurança alimentar e nutricional da população da cidade e potencializam a coletividade nas comunidades.
Pedro Paulo Biccas Jr.
Jornalista (0003813/ES)
Cientista Político (USP)
Especialista em Planejamento Estratégico (FGV)
Especialista em Liderança, Mentalidade e Desenvolvimento Contínuo (PUC-RS)
Especialista em Mídias Digitais (FGV)