Dois acidentes de avião em um dia: o que foi apurado sobre os incidentes em MG
Sete pessoas morreram em dois acidentes aéreos ocorridos na última sexta-feira (11) na região de Ouro Preto (MG), município localizado a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte.
A primeira ocorrência foi no período da tarde, quando um monomotor Air Tractor modelo AT-502B que atuava no combate a incêndios florestais em Minas Gerais caiu em uma serra íngreme em Ouro Preto.
O avião, fabricado em 2021, era pilotado por Adriano Machado, 58 anos. A aeronave de pequeno, prefixo PS-SLR, porte caiu em uma área de mata fechada e o corpo do piloto foi encontrado carbonizado.
No mesmo dia da tragédia, no período da manhã, Machado publicou em suas redes sociais um vídeo dele em uma aeronave atuando no combate às chamas.
O segundo acidente ocorrido na sexta-feira foi no período da noite. Um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais que atuava nas buscas pelo monomotor caiu na mesma região, deixando mais seis pessoas mortas.
Entre os ocupantes do helicóptero estavam quatro bombeiros, um médico e um enfermeiro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Em entrevista à CNN neste sábado (12), o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que as condições climáticas no momento do voo de busca não eram favoráveis.
“Mas nós ressaltamos que a aviação de segurança pública, a aviação de emergência, tem habilitação para navegar em situações mais adversas do que a aviação civil. Muito também pela experiência dos nossos pilotos, certificação e habilitação nesses cenários”, acrescentou.
Segundo Barcellos, a área onde o helicóptero caiu é de difícil acesso. “O local tem um desnível de cerca de 300 metros. É uma serra muito íngreme”, disse. Segundo informações preliminares, a aeronave se chocou contra um paredão na mata antes de cair.
O porta-voz da corporação acrescentou que o piloto da aeronave, o capitão Wilker Tadeu Alves da Silva, era bastante experiente e já trabalhou no resgate às vítimas da tragédia ambiental em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Além do piloto, morreram no acidente o tenente Victor Stehling Schirmer, o sargento Welerson Gonçalves Filgueiros, o sargento Gabriel Ferreira Lima e Silva, o médico Marcos Rodrigo Trindade e o enfermeiro Bruno Sudário França. Os dois últimos eram socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ainda não há informações sobre velórios e enterros dos mortos nas duas ocorrências.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que irá atuar na investigação dos dois acidentes.
Como era o helicóptero dos bombeiros que caiu
A aeronave do Corpo de Bombeiros, que era batizada de Arcanjo 04, que se acidentou em Ouro Preto era um modelo BK 117 C-2, fabricado em 2013 pela empresa Eurocopter.
O helicóptero tinha capacidade para 11 pessoas, sendo nove passageiros e dois tripulantes.
De acordo com registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o helicóptero, de prefixo PR-UEA, estava em situação regular, com Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até fevereiro do ano que vem.
Governo decreta luto oficial
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou neste sábado, em edição extra do Diário Oficial, luto de três dias em pesar pelas mortes dos quatro bombeiros e dos dois agentes do Samu que morreram enquanto cumpriam a missão de resgate.
Também neste sábado, os ministérios da Saúde e da Justiça publicaram notas em homenagem aos mortos no acidente com o helicóptero Arcanjo 04.
“A dedicação e a coragem desses profissionais, que diariamente arriscam suas vidas para salvar outras, não serão esquecidas. Neste momento de grande tristeza, o Ministério da Saúde presta suas mais sinceras condolências às famílias, amigos e colegas de trabalho das vítimas, desejando conforto e serenidade a todos que sofrem essa perda”, escreveu o Ministério da Saúde.
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