Café mineiro em ascensão: exportações batem recorde e ampliam presença no mercado global
No mês em que Minas Gerais recebeu um dos maiores eventos da cafeicultura na América Latina, a Semana Internacional do Café (SIC 2024), o grão novamente é destaque nas exportações do estado. Os números estabeleceram novos recordes tanto em valores quanto em volume e já superam o resultado da receita de todo o ano de 2023, que foi de US$ 5,5 bilhões e 25,6 milhões de sacas.
Dados consolidados de janeiro a outubro deste ano indicam US$ 6,2 bilhões em receita com 25,1 milhões de sacas embarcadas para 86 países no período. O café representou 44% das exportações dos produtos agropecuários.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, considera que esse sucesso demonstra que o mundo reconhece cada vez mais a qualidade do café mineiro. “Provamos a cada dia que nossa agropecuária é ambientalmente sustentável, uma exigência crescente dos compradores. O Governo de Minas investe para que os produtores rurais tenham acesso a tecnologias e boas práticas na produção, e estamos colhendo os frutos disso”, avaliou.
A China segue sendo o maior comprador do café de Minas Gerais, mas a Bélgica destacou-se ao aumentar suas aquisições em 125%, alcançando US$ 608 milhões. Isso alçou o país europeu para a 4ª posição dos principais países compradores.
Agro em destaque
Os produtos agropecuários seguem sendo destaque nas vendas para o exterior, correspondendo a 40,3% das exportações totais de Minas Gerais. Com base no desempenho atual, estima-se que a receita anual do agronegócio mineiro possa atingir cerca de US$ 17 bilhões.
O portfólio das exportações mineiras abrange 603 itens diferentes, com destaque para o café, complexo soja, complexo sucroalcooleiro, carnes e produtos florestais. Juntos, esses cinco produtos representam 41% da receita das exportações mineiras, considerando todos os setores. A China segue sendo o principal destino dos produtos do agro, totalizando US$ 3,8 bilhões em receita. Os Estados Unidos vem em seguida, com US$ 1,4 bilhão.
Com relação apenas ao mês de outubro, as exportações do agronegócio mineiro registraram US$ 1,5 bilhão em receitas e 991 mil toneladas embarcadas. Comparado ao mesmo mês de 2023, houve um aumento de 23% na receita e uma redução de 13% no volume exportado. O café, que representou 62% das exportações no mês, influenciou positivamente o resultado financeiro devido à sua valorização no mercado internacional.
Carne bovina
A exportação de carnes também registrou recordes no período apurado. A carne bovina, responsável por 74% da receita do segmento, alcançou US$ 933 milhões e 216 mil toneladas, estabelecendo um novo recorde em volume exportado. O produto chegou a 76 países, sendo que os Estados Unidos aumentaram suas aquisições em 528%.
Junto com a carne bovina, esse complexo é formado pela carne de frango, a suína e “demais carnes, miudezas e preparos”. A carne de frango registrou quedas de 16% em valor e 13% em volume, totalizando US$ 263 milhões e 139 mil toneladas, mas a carne suína manteve desempenho positivo, com aumentos de 20% em valor e 34% em volume, atingindo US$ 47 milhões e 24 mil toneladas.
Soja, açúcar e silvicultura
O preço da soja sofreu uma pequena desvalorização e causou uma queda de 7% na receita, apesar do volume de vendas ter crescido em 12%. No período de janeiro a outubro, o chamado ‘complexo soja’, que inclui o grão, o farelo e o óleo de soja, atingiu US$ 3,1 bilhões em receita e 7 milhões de toneladas exportadas. O principal comprador segue sendo a China, que respondeu por 76% das vendas.
O açúcar obteve um aumento de 30% em valor e 28% em volume exportado. O produto é o principal do chamado ‘complexo sucroalcooleiro’, composto por açúcar de cana, álcool e demais açúcares. Ao todo, o complexo alcançou US$ 2 bilhões em receita, com a comercialização de 4,2 milhões de toneladas, representando 14% da pauta exportadora do agronegócio mineiro.
Quanto aos produtos florestais, compostos por celulose, madeira, papel e borracha, as exportações totalizaram US$ 943 milhões e 1,4 milhão de toneladas. A celulose, principal item do segmento, registrou US$ 918 milhões e 1,3 milhão de toneladas, representando 97% da receita do setor.
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