BH Inaugura Primeiras Estátuas em Homenagem a Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus

BH Inaugura Primeiras Estátuas em Homenagem a Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus

Monumentos serão instalados neste domingo (30), no Parque Municipal de Belo Horizonte, em frente ao Teatro Francisco Nunes, no coração da capital mineira.

Belo Horizonte vai homenagear, pela primeira vez, pessoas negras com estátuas. As agraciadas são a antropóloga Lélia Gonzalez e a escritora Carolina Maria de Jesus.

Os monumentos serão instalados neste domingo (30), no Parque Municipal de Belo Horizonte, em frente ao Teatro Francisco Nunes, no Centro da cidade.

As obras foram confeccionadas em bronze e em tamanho real pelo artista Léo Santana.

✊🏾 A iniciativa de preservar a memória de duas mulheres negras, que deixaram um legado na cultura e na sociedade brasileira, foi da mestre em relações raciais, Etiene Martins. Segundo ela, falta representatividade no cenário urbano.

Estátua de Lélia Gonzalez ao lado de Bella Gonçalves, Jozeli Rosa e Etiene Martins — Foto: Arquivo pessoal

“Todas as estátuas em BH são de pessoas são brancas, a maioria absoluta de homens brancos. Tem estátuas de bicho, de objetos e nenhuma de pessoas negras. Mas está estatística de apagamento vai mudar e teremos duas estátuas de mulheres negras. Essa homenagem significa honrar o legado das minhas mais velhas e oferecer aos meus mais novos uma nova possibilidade de enxergar a negritude”, disse.

De acordo com a prefeitura, as obras vão integrar o Circuito Literário de estátuas de escritores importantes recentemente recuperadas, formado por Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Henriqueta Lisboa, Roberto Drummond e Murilo Rubião.

Quem foi Carolina Maria de Jesus?

Estátua de Lélia Gonzalez ao lado de Bella Gonçalves, Jozeli Rosa e Etiene Martins — Foto: Arquivo pessoal

Carolina Maria de Jesus foi uma das escritoras mais lidas do Brasil. “Quarto de Despejo”, seu primeiro livro lançado na década de 60, é uma das obras mais marcantes da literatura brasileira, e vendeu cerca de 3 milhões de livros, em 16 idiomas.

Semianalfabeta e catadora de papelão, Carolina também era cantora, escritora de contos, crônicas, letras de música, peças de teatro e artista têxtil. Ela é lembrada como uma das vozes mais autênticas e importantes da literatura brasileira, e que trouxe à tona as vozes silenciadas das favelas e das comunidades marginalizadas.